'Apesar dos 13 baktunes serem completados neste ano, isso não significa que o mundo vai acabar como muitas pessoas estão comentando', completou Trejo.

'Não devemos nos preocupar pensando que haverá uma destruição total do planeta. O que acontecerá é simplesmente uma mudança de ciclo, que terminará em dezembro para começar um novo período ou novo baktun', afirmou.

Com intenção de esclarecer as interpretações apocalípticas do calendário pré-colombiano, Manuel Xicum, sacerdote Maia, e outros representantes desta tribo radicados no México, Belize, Guatemala, El Salvador e Honduras se reuniram neste fim de semana na Placita Olvera e no Centro Cultural EEK'Mayab, ambos em Los Angeles.

Além de esclarecer as dúvidas presentes no calendário maia, Xicum e os outros líderes da etnia zapoteca realizaram um ritual de oração em língua maia para a comunidade imigrante em pleno centro histórico de Los Angeles.

'Essa confusão foi provocada por alguns meios de imprensa e por algumas pessoas que não souberam explicar ao certo sobre o que é realmente a visão de mundo dos maias', disse Xicum à agência Efe.

'A visão de mundo maia é a união entre a natureza e Deus, é a união entre os corpos celestes com a mãe terra', completou o sacerdote.

O calendário maia é uma pedra de cálculo circular, disseminada na região da Mesoamérica, que, segundo o anuário gregoriano do sistema ocidental atual, foi iniciado no dia 13 de agosto de 3.114 a.C.

'O sistema de contagem de tempo dos maias não era linear, mas era circular e, por isso, o calendário também é circular, já que os ciclos começam em um ponto e terminam em si mesmos. Assim, nasce um novo período', indicou Trejo, que colabora com a Secretaria de Turismo do México para falar sobre o Mundo Maia.

Trejo explicou que um baktun maia corresponde a um período de aproximadamente 394 anos, que, ao multiplicá-lo por 13 baktunes, resulta em 5.125 anos, ou seja, um ciclo completo. 

No calendário mesoamericano, este ciclo será completado no dia 21 de dezembro de 2012.
María Eugenia Loria, uma matriarca maia originária do estado mexicano de Iucatã, disse à agência Efe que o calendário maia foi criado com base na observação do movimento dos astros em períodos de um ano e em ciclos de mais de 5 mil anos.

'Na mudança de ciclo que ocorrerá em dezembro haverá uma nova escalação de astros que pode gerar mudanças no clima, mas não sabemos a que extremo', indicou María Eugenia.

Já José Loria, outro líder maia no Iucatã, disse à agência Efe que a conclusão do ciclo do tempo calculado pelos maias provavelmente poderá influenciar o funcionamento do planeta.

'Algo no planeta está mudando porque há lugares em que nunca chovia e, hoje, chove demais, enquanto há outros lugares em que antes chovia e hoje é marcado pela seca', destacou Loria.

'Essas são as mudanças de ciclos que teremos que aprender, mas isso não significa que o mundo vai neste ano', finalizou.

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