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Olá amigos!

Acreditamos que há uma outra história da humanidade a ser contada. A maioria dos posts baseiam-se nos estudos dos meus autores preferidos.

Cito alguns: Zacharia Sitchin, J. J. Benitez, Robert Bauval, Graham Hancock, Erich Von Daniken, entre outros.

Com o desaparecimento da biblioteca de Alexandria uma grande parte da nossa história foi perdida, mas com a descoberta da biblioteca do rei assírio Assurbanipal, parte dela foi recuperada para nos trazer um pouco mais de luz sobre a historia da humanidade. Mais info aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_de_Ninive

VXCarmo

domingo, 1 de maio de 2011

CIVILIZAÇÃO INCA NO ACRE



Derrubando milhares de hectares de floresta para semear suas pastagens, os fazendeiros e colonos que se instalaram nos vales dos Rios Acre, Purus e Abunã, no Estado do Acre, ao longo destes últimos 30 anos, colocaram à mostra grandes formas geométricas desenhadas no solo.

A exemplo das incríveis linhas de Nazca, no Peru, elas são únicas no mundo e já chamam a atenção de cientistas do mundo inteiro. Tanto que, há duas semanas, os geoglifos, como se denominam esses desenhos, foram visitados por cientistas da Finlândia e tornou-se destaque do Fantástico do último domingo. O sucesso continua.

Uma equipe da BBC de Londres chega esta semana a Rio Branco para rodar um documentário sobre o achado para ser apresentado em rede mundial e até já há a proposta de tombá-los como patrimônio da humanidade.

Fazendeiros e peões de fazenda, desde a derrubada da mata, notaram a existência desses desenhos, até porque, pela falta de estradas trafegáveis no Acre, a maioria das fazendas possui ou aluga aviões para atender suas necessidades.

Assim, ao sobrevoarem os pastos eles viam as formas geométricas e acreditavam ser trincheiras cavadas pelos soldados seringueiros liderados por José Plácido de Castro durante a Revolução Acreana para expulsar as forças bolivianas da região.

Essa explicação simplista satisfazia a todos até ser notada pelo paleontólogo Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre (Ufac), em 1999, quando viajava de Porto Velho para Rio Branco num vôo da Varig.

"Notei que aquele desenho ficava numa pastagem próxima ao Seringal Bagaço, então convidei um amigo piloto para fazermos um sobrevôo naquela região, localizei geograficamente o desenho e depois fui de carro até lá e tive a certeza de que não se tratam de trincheiras, mas de construções gigantescas", recorda.

MISTÉRIO É TOTAL - Como paleontólogo, Alceu Ranzi é o descobridor do Purussaurus, jacarés gigantescos com até 17 metros de comprimento, que vivam no Acre há mais de dez mil anos. Mas a arqueologia (obras construídas pelos homens no passado) não é o seu forte.

"Eu entendo pouco ou nada sobre os círculos, minha preocupação está em saber se eles foram construídos antes ou depois de a floresta ter surgido. Acredito que são mais antigos que ela, mas aí está o problema porque não temos a menor idéia de quem, como ou por quê esses desenhos foram construídos, só sabemos onde eles estão e isso é muito pouco para que se faça alguma afirmação".

Seriam estes desenhos obras de uma civilização perdida? Pré-incas ou até mesmo de extraterrestres como poderia sugerir alguém mais afoito por uma solução desse enigma? Ninguém sabe. "Houve quem sugerisse que os montes de terra são restos de muralhas que protegiam aldeias ou cidadelas, que eram trincheiras, que serviam como local de rituais e adoração.

As respostas vão ao limite da imaginação, mas nada há que comprove qualquer uma delas", adverte Alceu, que então usa termos de comparação: "tenho viajado a muitos lugares do mundo e estas obras são únicas, a mim parecem tão ou mais importantes que Machu Pichu, as linhas de Nazca e outros tantos mistérios espalhados pelo planeta".

"O volume de terra movimentado para fazer alguns desenhos daria para levantar uma pirâmide daquelas levantadas no Egito. Quantas pessoas seriam necessárias para fazê-los?" Essa é apenas uma das muitas perguntas que atiçam o paleontólogo a insistir na busca da solução desse mistério.

ENTENDA OS GEOGLIFOS - Alguns são em forma quadrado com 215 metros em cada lado é circundado por um fosso que tem 15 metros de largura e quatro metros de profundidade. Para construí-los era necessário movimentar nada menos 51.600 metros cúbicos de terra.

O detalhe é que o material retirado do fosso era cuidadosamente amontoado pelo lado de dentro ou de fora dos desenhos, formando assim uma borda de dois e meio a três metros acima do nível do solo (por isso a idéia de trincheira, mas cabe lembrar que Plácido tinha algumas centenas de soldados que em menos de um ano de batalha não poderiam ter construído um único deles, mas há dezenas a descoberto e talvez centenas sob a mata).

Para identificar o que são realmente estes geoglifos, Ranzi pretende usar método do carbono 14 para chegar o mais perto possível dos fatos que teriam acontecido em terras acreanas e assim determinar a idade correta das imensas árvores derrubadas pelos fazendeiros onde estão esses círculos. Algumas têm mais de dois metros de diâmetro e as estimativas, não oficiais, são de que teriam pelo menos mil e duzentos.

APOIO CULTURAL - Alguns vôos cedidos pelo apoio pessoal de autoridades e fazendeiros que notaram o interesse de Alceu Ranzi nos círculos permitiu que o trabalho fosse levado adiante. O fazendeiro Romário Barreiro, falecido recentemente autorizou por escrito, os estudos em suas terras.

Em 2001, graças a um projeto aprovado pela Fundação Estadual Elias Mansour, pela Lei de Incentivo à Cultura foram conseguidos R$ 5 mil na forma de bônus Ranzi viabilizou recursos para dar continuidade à pesquisa.

Agora as universidades da Flórida, Helsinque e a Usp já trabalham a formalização de um convênio com a Universidade Federal do Acre e o Museu da Borracha para estudar mais detalhadamente o assunto.

EL NIÑO PODE TER SIDO O VILÃO – Está comprovado que as alternâncias climáticas (períodos de muita chuva ou forte estiagem) causadas pela corrente marinha do El Niño, no Oceano Pacífico, destruiu civilizações inteiras que existiam na costa do Peru e Chile. "Nós já sabemos que quando chove naquela região a Amazônia sofre com a seca", adverte Ranzi que então sugere:

"Você já imaginou os efeitos de um super El Niño de 20 anos que fizesses verdejar os desertos do Chile e Peru acabaria torrando o Acre e grande parte da Amazônia numa seca que nós ainda desconhecemos, mas sabemos que os solos acreanos não têm reserva de água e a vida é mantida graças ao equilíbrio do clima".

Aí é que entra o interesse do Paleontólogo, pois sabe-se que há pouco mais de mil anos a maior parte do Acre era coberta por extensas savanas (cerrados secos e ralos a exemplo de algumas áreas do Brasil central). "Para mim, a floresta cresce e encolhe ao longo dessas mudanças climáticas.

Elas marcam também a ascensão e queda de civilizações inteiras. Prova prática disso seriam as savanas da Bolívia, lá denominadas pampas, que estão a menos de 200 quilômetros do Acre, em linha reta".

Essa vegetação pampeira se estenderia para recobrir o solo da região durante os períodos secos, quando volta a chover, as espécies florestais sobreviventes retomariam seu espaço fazendo vicejar a floresta como a conhecemos hoje.

PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE - Embora ninguém saiba quem, como nem porque esses desenhos foram criados, o fato de serem únicos no mundo levou o doutor Martti Parsinen, o qual é professor de arqueologia da universidade nacional de Helsinque, na Finlândia, e que esteve em Rio Branco há dez dias, a propor que eles sejam tombados como Patrimônio da Humanidade pelo Codephat, órgão ligado à ONU.

Revirando os alfarrábios de um explorador espanhol chamado Maldonado, que desceu a encosta oriental da Cordilheira dos Andes seguindo a água dos rios pouco depois do ano 1500, à busca de Manoa a cidade de ouro que seria a capital do lendário império Paititi, encontrou um forte Inca localizado na confluência dos rios Beni e Madre de Dios, junto a cidade de Ribeiralta, próximo à fronteira do Acre, na Bolívia.

"Como não havia registro histórico da existência dessa fortaleza militar inca na Amazônia, Martti foi até Ribeiralta e quando chegou lá com a novidade os moradores todos sabiam onde ela estava, só não os historiadores e ele a está estudando. Sua descoberta é semelhante aos nossos desenhos que alguns pensaram ser trincheiras", recorda Alceu Ranzi. (Jornal A Tribuna, 04.08.2002)

Com a derrubada da floresta, por causa principalmente da pecuária, a partir dos anos 1970, imensas estruturas geométricas, ao redor de uma área de 250 km 2 entre os rios Acre e Iquiri, começaram saltar aos olhos dos pesquisadores. Isso no Acre, em plena Amazônia.

Nestes últimos cinco anos, com ajuda de ferramentas modernas via satélite, como o próprio Google Earth, a multiplicação desses chamados geoglifos foi tão grande, que mais um grupo de pesquisa resolveu se debruçar sobre o tema.

Ao menos uma centena dessas fendas geométricas existentes em solo acreano já foram identificadas nas regiões de Rio Branco e Xapuri, perto da fronteira do Brasil com o Peru e a Bolívia. O primeiro sítio foi identificado em 1977. Há 15 anos, algumas escavações descobriram também vestígios de objetos cerâmicos no local, como urnas funerárias.

"A floresta, como é conhecida hoje, pode ser mais recente do que se pensava", diz a arqueóloga Denise Schaan, que coordena as escavações dos geoglifos no Acre. Para ela, as estruturas, que podem ter sido aldeias fortificadas, indicam que sociedades complexas se desenvolveram na região e possuíam unidades política e cultural. "As formas geométricas podiam ter valor simbólico."

Durante as atuais escavações, todos os dias, o grupo formado por cientistas da Universidade Federal do Acre, do Pará, do Museu Emilio Goeldi (Pará) e da Universidade de Helsinque (Finlândia) se dirige até a casa do agricultor Severino Calazans. Ele vive na beira da rodovia BR-137, em Rio Branco, capital do Acre, com a mulher e os filhos.

Até pouco tempo, Calazans imaginava que as valas, localizadas no pasto onde plantou bananeiras e cria sua galinhas, eram trincheiras construídas durante a revolução acreana, que levou o Estado a ser declarado independente da Bolívia em 1903. Não imaginava viver sobre um sítio arqueológico.

Para os cientistas, uma das hipóteses de trabalho é que as valas podem ter sido feitas por sociedades pré-colombianas que habitaram o local entre 800 e 2.500 anos atrás.

"As informações que tínhamos sobre sociedades amazônicas eram que elas viviam em várzeas, da pesca e da agricultura. Os geoglifos observados hoje mostram que esse modelo já não se aplica", afirma Schaan, do Goeldi.

De acordo com o paleontólogo Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre, um dos pioneiros na identificação dos sítios arqueológicos, as estruturas podem oferecer pistas para a compreensão das mudanças climáticas sofridas na Amazônia e de como as civilizações antigas viveram e transformaram o ambiente. "As pessoas que chegaram ao Acre achavam que estavam em uma região virgem. Agora se sabe que, bem antes, o lugar já havia sido desbravado", diz.

Porém, esse mesmo processo de ocupação da floresta, que continua hoje, está causando um outro tipo de preocupação: a preservação dos sítios arqueológicos. Por desconhecimento, muito deles estão sendo destruídos.

As fotos áreas da região mostram, com freqüência, as grandes estruturas geométricas sendo cortadas por estradas, postes de transmissão de energia, currais, sedes de fazenda e até mesmo açudes. Esse processo, inclusive, chamou a atenção do governo, que pretende ajudar na conscientização dos fazendeiros da região.

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