É
para mim um grande prazer e uma honra apresentar esta versão condensada
de Arqueologia proibida. Permitam-me dizer, desde logo, que acredito
que este livro é um marco dentre as realizações intelectuais do fim do
século XX. Os estudiosos mais conservadores vão demorar um pouco mais,
provavelmente muitos anos, para aceitar as revelações que ele contém.
Contudo, Michael Cremo e Richard Thompson deixaram suas revelações à
mostra e agora o relógio não pode voltar atrás. Mais cedo ou mais tarde,
gostemos disso ou não, nossa espécie terá de se ajustar aos fatos
documentados de maneira tão impressionante nas páginas que se seguem, e
esses fatos são espantosos.
A tese central de Cremo e Thompson é
que, infelizmente, o modelo da pré-história humana, cuidadosamente
elaborado por estudiosos nos últimos dois séculos, está completamente
errado. Além disso, os autores não estão propondo que esse modelo seja
corrigido com pequenos ajustes e retoques. É preciso que o modelo
existente seja jogado pela janela e que recomecemos com a mente aberta,
sem quaisquer posições preconcebidas.
Esta é uma posição próxima
da minha; com efeito, constitui a base de meus livros Digitais dos
Deuses e O Mistério de Marte. Neles, porém, meu foco se deteve
exclusivamente nos últimos vinte mil anos e na possibilidade de que uma
civilização global avançada possa ter florescido há mais de doze mil
anos, tendo sido eliminada e esquecida no grande cataclismo que pôs fim à
última Era Glacial.
Em A história Secreta da Raça Humana, Cremo e
Thompson vão muito além, recuando o horizonte de nossa amnésia não
apenas doze ou vinte mil anos, mas milhões de anos no passado, mostrando
que quase tudo que nos ensinaram sobre as origens e a evolução de nossa
espécie se apóia na frágil base da opinião acadêmica e em uma amostra
altamente seletiva de resultados de pesquisas. Posteriormente, os dois
autores reveem os fatos apresentando todos os outros resultados de
pesquisas que foram retirados dos registros nos dois últimos séculos,
não porque havia neles algo de errado ou falso, mas apenas porque não se
encaixavam na opinião acadêmica da época.
Dentre as descobertas
anômalas e deslocadas relatadas por Cremo e Thompson neste livro, estão
evidências convincentes de que seres humanos anatômicamente modernos
podem ter estado presentes na Terra não apenas há cem mil anos ou menos
(a visão ortodoxa), mas há milhões de anos, e que objetos metálicos de
desenho avançado podem ter sido usados em períodos igualmente antigos.
Além disso, embora já tenham sido feitas declarações sensacionais sobre
artefatos fora de lugar, antes elas nunca receberam o apoio de
documentação tão cabal e plenamente convincente como a que apresentam
Cremo e Thompson.
Em última análise, é a meticulosa erudição dos
autores e o peso acumulado dos fatos apresentados aqui que nos
convence. O livro está, creio, em harmonia com o atual humor do público
como um todo, que não aceita mais, sem questionar, os pronunciamentos
das autoridades estabelecidas, e está disposto a ouvir, com a mente
aberta, os "hereges" que apresentarem suas causas de maneira razoável e
racional.
Nunca antes a hipótese de reavaliação completa da história da humanidade foi defendida com maior veemência do que a que se apresenta nestas páginas.
Graham Hancock
Devon, Inglaterra
Janeiro de 1998
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